Atualmente ocupando o cargo de Coordenadora-Geral do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, vinculado ao Ministério das Mulheres, a suplente de vereadora Sandra Marrocos divulgou carta, ontem, para anunciar que está deixando o PSB, admitindo mágoas pela forma como foi substituída, há u ano, pelo secretário Tibério Limeira no comando do diretório municipal de João Pessoa. Ela admitiu que enfrentará, novamente, o desafio de concorrer à Câmara Municipal da Capital e que ainda está analisando o partido a que vai se filiar, aproveitando a janela partidária, não descartando o Psol ou Rede.
Ela chegou a disputar mandato de deputada federal pelo PSB, ficando como terceira suplente, com 7.188 votos. Na carta, Sandra Marrocos afirma que restou insustentável permanecer num ambiente “onde fui politicamente desrespeitada e violentada, num episódio de autoritarismo ao ser destituída da presidência do diretório municipal de João Pessoa sem a menor justificativa ou comunicação prévia”. E acrescentou: “Foi quando percebi que o PSB, definitivamente, não era mais o espaço democrático de outrora”.
Sandra Marrocos relatou que quando ingressou no PSB em 2003 havia um momento de renovação, esperança e celebração, além de acolhimento com a vitória do presidente Lula. “O PSB representou para o nosso primeiro mandato popular como vereadora na cidade de João Pessoa um espaço com ambiente favorável para receber ideias de diferentes áreas e das mais diferentes ordens de militâncias progressistas. Por meio de um mandato a serviço do povo, tivemos a oportunidade de colaborar com o desenvolvimento da cidade e com o aprimoramento da cidadania de toda a população, trazendo um olhar especial às pessoas em situação de pobreza, às mulheres, à comunidade LGBTQIA+ e à população negra, que sempre estiveram no centro da pauta que adotei como prioritária em toda a minha jornada política”.
Relata que ao longo de todo esse período sempre colaborou com a construção do partido e com mandatos executivos de companheiros e colegas de legenda, “num contexto de união e fortalecimento mútuo entre o PSB-JP e o PSB-PB, o que resultava em um saldo positivo tanto para a cidade de João Pessoa quanto para o Estado da Paraíba como um todo”. Posteriormente – lamenta – o Brasil viu surgir um movimento de negação das instituições democráticas e, nesse contexto, ela encontrou respingos no seu próprio partido, quando se viu deixando de ter espaço e apoio para continuar fazendo o trabalho que sempre realizou em defesa da cidadania. “Por isso, após 15 anos de partido, senti que havia chegado o fim a minha trajetória dentro do PSB e me filiei ao PT, onde passei pouco tempo em razão de outros convites”. Conclui dizendo que embora esteja em Brasília dedicada ao importante trabalho de reconstrução do Ministério das Mulheres, sente o dever de voltar a João Pessoa para reerguer um mandato popular voltado às pessoas por quem luta historicamente. “Estou pré-candidata a vereadora para honrar essa missão e esse propósito, tarefa que não poderei cumprir pelo PSB e, em razão disso, anuncio minha destituição”, finalizou.