Organizada pelo Memorial da Democracia da Paraíba, da Fundação Casa de José Américo, e pelo Comitê Paraibano Memória, Verdade e Justiça, acontece pela primeira vez em João Pessoa, hoje, a “Caminhada do Silêncio – Ditadura Nunca Mais!”. O evento integra uma programação nacional em memória aos 60 anos da ditadura de 1964.
A manifestação terá concentração a partir das 15h em frente à sede da Ordem dos Advogados do Brasil, no Centro da capital paraibana. A caminhada está prevista para ter início às 16h, percorrendo pontos simbólicos da cidade de João Pessoa, com destino final na Lagoa do Parque Solon de Lucena, também no centro da capital.
O ato político-cultural em memória das vítimas da ditadura, que perdurou por 21 anos no país a partir de 1964, será uma manifestação silenciosa na busca por medidas de reparação do Estado brasileiro às vítimas do regime instalado na década de 60 e que chegou à primeira metade da década de 1980.
– Vamos sair às ruas em silêncio, serenos e eloquentes contra a impunidade dos crimes cometidos – explica a socióloga Fernanda Rocha, uma das coordenadoras do Memorial da Democracia da FCJA. “Vamos exigir que o Estado brasileiro cumpra o dever de reparação e faça um pedido público de perdão às vítimas e às famílias dos mortos e desaparecidos políticos”, completa a historiadora Suelen Andrade, outra coordenadora do Memorial.
Durante a “Caminhada do Silêncio” será reivindicada a reinstalação da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos. A comissão é vista como instrumento essencial para a continuidade das investigações e a identificação dos corpos dos desaparecidos. Na concentração do ato haverá música, atração cultural, com o Pife Parahyba, algumas falas de familiares dos mortos e desaparecidos e de representantes das instituições que apoiam o ato. Já a caminhada será silenciosa, com exibição de cartazes e fotos dos desaparecidos.
Para marcar os 60 anos da ditadura militar no Brasil, na manhã de hoje, no auditório do Centro de Educação da Universidade Federal da Paraíba, na Capital, haverá a entrega de acervo de documentos originais da ditadura na Paraíba para o Memorial da Democracia da Fundação Casa de José Américo. Nesse evento, que antecede a “Caminhada do Silêncio”, a professora Lúcia Guerra, gerente executiva de Documentação e Arquivo da FCJA, informa que ocorrerá um seminário com o professor Afonso Scocuglia sobre a relevância da historiografia para a compreensão da atualidade brasileira.