O desembarque do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã de hoje no aeroporto Castro Pinto para cumprir agenda na região metropolitana de João Pessoa foi marcada por confusão devido ao impedimento da sua passagem pelo saguão, com deslocamento para uma área lateral, onde se dirigiu a apoiadores que lá estavam. O ex-presidente não escondeu sua profunda irritação com o que chamou de mais uma restrição à sua liberdade, mas, no desabafo, acabou criticando apoiadores, como o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, os deputados Cabo Gilberto Silva e Walbber Virgolino, todos do PL, e o pastor Sérgio Queiroz, do Novo, insinuando que eles foram “fracos” ao não reagir diante do problema.
O ex-presidente cancelou a coletiva de imprensa marcada para as 12h no Oceana Atlãntico Hotel, no Bessa, e também uma agenda no Mercado de Mangabeira junto a comerciantes que chegaram a se reunir à sua espera. A comitiva deslocou-se diretamente para o hotel na orla marítima, onde Bolsonaro trancou-se no apartamento, recebendo alguns dos apoiadores da Paraíba. A assessoria de imprensa do PL informou que não obstante o cancelamento da entrevista, a imprensa terá acesso à cobertura de eventos dos quais o ex-presidente irá participar, como a entrega dos títulos de Cidadão Paraibano e Cidadão Pessoense. O deputado Cabo Gilberto revelou que a programação está mantida na Assembleia Legislativa a partir das 17h, bem como o evento na Domus Hall, no Manaíra Shopping, no começo da noite.
Bolsonaro, que não se fez acompanhar de lideranças nacionais na peregrinação pela Paraíba, tem agenda marcada até amanhã, incluindo participação no lançamento da pré-candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga a prefeito de João Pessoa, num movimento dirigido a setores conservadores e da direita paraibana. Queiroga e Cabo Gilberto chegaram a admitir, a título de justificativa, que houve “erro logístico” na organização da visita do ex-presidente da República e também culparam a direção do aeroporto Castro Pinto por não ter liberado o encontro de Bolsonaro com seus seguidores no saguão daquele ambiente. O ex-presidente ainda fez uso do megafone para criticar “restrições” à sua liberdade, retomando o tom que tem adotado em seus pronunciamentos pelo país como um “perseguido político”.