Uma sessão conjunta da Assembleia Legislativa da Paraíba e da Câmara Municipal de João Pessoa, realizada no Plenário da Casa Epitácio Pessoa, discutiu, ontem, ações de enfrentamento à LGBTfobia com a participação de representantes de diversas entidades. Autora da proposta na ALPB, a deputada Cida Ramos destacou o compromisso do Legislativo com a diversidade e a luta contra a LGBTfobia. “Embora reconhecemos os avanços nas ações e serviços dos direitos LGBTQIAPNB+, nós ainda estamos diante de uma realidade repleta de obstáculos, que nos assusta, revela a violência, a discriminação e que continua a afetar a vida de muitas pessoas”, enfatizou.
O vereador Marcos Henriques, autor da propositura na Câmara, reclamou do preconceito que existe, desde cedo, nas escolas, contra o segmento e observou que o combate ao racismo, bem como à discriminação sexual religiosa, é preconizado nos direitos humanos e deve ser feito de forma sistemática. “A sociedade se apropriar do tema da LGBTfobia, entendendo e respeitando o direito de cada um de ter a sua orientação sexual”, completou. Laura Brasil, gerente-executiva do Conselho Estadual LGBTQIAPN+ disse que “estamos muito aquém de um cenário que possamos falar de uma sociedade igualitária, inclusiva e de fato representativa, mas estamos caminhando”. Segundo ela, atualmente, desde as fundações, somam-se mais de 3.800 usuários cadastrados em toda a Paraíba. “Precisamos fortalecer o trabalho de base e os movimentos precisam chegar junto à população para que a gente construa uma política de referenciamento primário”, garantiu.
A promotora do Ministério Público Fabiana Lobo revelou que a luta é diária e que o Ministério Público participa diretamente dessa luta. Janaína Andrade, procuradora dos Direitos Humanos do Ministério Público Federal, falou: “Não pode ser um dia de comemoração, mas de resistência. Aproveito para pedir a união de todos vocês para efetivar direitos humanos, uma vez que estamos caminhando a passos muito lentos e é preciso continuar seguindo na luta, pois os movimentos representam pessoas mais importantes para mudar essa realidade”. Cristiana Almeida, secretária executiva da Secretaria Estadual da Diversidade Humana, pontuou que não é fácil combater a LGBTfobia, que começa, muitas vezes, dentro da família. “Nós não vamos parar de lutar, até que a expectativa do segmento seja igual a de uma pessoa hétero normativa. Precisamos avançar ainda mais, nos direitos, na qualidade da educação, na empregabilidade e na representatividade”, ratificou.