Nonato Guedes
O secretário de Saúde do Estado, médico Jhony Bezerra, está “pronto, preparado e querendo” disputar a prefeitura municipal de Campina Grande nas eleições deste ano. Ele se prepara para desincompatibilizar-se da Pasta até o dia seis de junho a fim de viabilizar o projeto de candidatura, concorrendo pelo PSB, dentro do esquema político ligado ao governador João Azevêdo. O secretário, que há poucos dias recebeu o título de Cidadão Paraibano (ele é natural do Ceará), outorgado pela Assembleia Legislativa, terá, naturalmente, a Saúde como bandeira principal na campanha, pelo conhecimento profundo que detém sobre a realidade desse segmento e pelas ações de política pública que empreende na própria Rainha da Borborema, mas promete abordar outros temas que, conforme ele, desafiam a gestão local.
Nos últimos dias, Jhony Bezerra envolveu-se em polêmica, através de emissoras de rádio, com o secretário municipal de Saúde de Campina, Dunga Júnior, a pretexto dos investimentos do governo do Estado no setor, rebatendo insinuações de que teria havido discriminação da cidade em convênios e programas relevantes e assegurando que, pelo contrário, a administração municipal foi quem rejeitou parcerias com a administração João Azevêdo. Mencionou como exemplo que o governo estadual teve que fazer convênios diretamente com direções de hospitais de Campina Grande que atendem a uma vasta demanda de pacientes, procedentes de outros municípios do chamado “Compartimento da Borborema”. Para Bezerra, a negativa da prefeitura configurou-se em ato de mesquinhez, ditado supostamente por interesses políticos promocionais do prefeito Bruno Cunha Lima, do União Brasil, que é candidato à reeleição. “A comunidade, infelizmente, acaba prejudicada com essas picuinhas”, advertiu ele.
O secretário Jhony Bezerra qualifica a administração de Bruno Cunha Lima como “desastrosa”, principalmente no aspecto da Saúde, e disse que a prefeitura tenta exercer o monopólio de ações de vulto para cujo enfrentamento não está preparada em termos de estrutura, sem falar que em alguns casos a tentativa de ingerência fere princípios legais que dispõem sobre a autonomia de entes federados no controle e execução de políticas públicas para a Saúde. Ele se diz ansioso para promover um debate direto com o próprio gestor atual da Rainha da Borborema, comparando investimentos do governo do Estado com investimentos da prefeitura municipal. Revela que a população campinense tem sido contemplada com os reflexos de programas de repercussão estadual, tais como o “Opera Paraíba” e o “Coração Paraibano”, que, a seu ver, instituíram um novo conceito de Saúde Púbica na gestão, como tem sido reconhecido por autoridades do próprio Ministério da Saúde.
Salienta que as ações administrativas implementadas pela equipe do governador João Azevêdo ampliam-se por outros setores, como infraestrutura, a exemplo do Arco Metropolitano e obras viárias de impacto que partem de Campina Grande para beneficiar cidades do entorno, e, por via de consequência, estendem seus tentáculos por municípios de outras regiões do interior da Paraíba. Para Jhony Bezerra, o governo João Azevêdo tem sido um dos mais operosos dos últimos tempos na história do Estado e tem conseguido disponibilizar grande volume de obras e serviços em meio ao esforço gigantesco para assegurar o equilíbrio das contas públicas. Destacou que a certificação, pela Secretaria do Tesouro Nacional, de estabilidade financeira-fiscal da Paraíba é um reconhecimento do que tem sido feito de proativo pela administração empalmada pelo gestor socialista, bem como um atestado da sensibilidade do governo para com as demandas mais urgentes que são agitadas pela população e que exigem respostas rápidas por parte do Poder Público.
Ao comentar o processo preliminar para definição de candidaturas às eleições a prefeito de Campina Grande, o secretário Jhony Bezerra lamentou que o campo da oposição ao prefeito Bruno Cunha Lima ainda esteja dividido, referindo-se ao pré-lançamento, já ocorrido, da candidatura do deputado Inácio Falcão, do PCdoB, integrante do Fórum pró-Campina, à sucessão municipal. Ressalta que apesar de ser um direito legítimo a postulação pelo deputado Inácio Falcão o seu lançamento foi “precipitado” porque se antecipou a entendimentos que vinham sendo construídos, nos bastidores, para uma união do agrupamento oposicionista visando derrotar o esquema de apoio ao prefeito Bruno Cunha Lima, que conta com o respaldo dos senadores Efraim Filho (UB) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB), bem como do ex-deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), que foi candidato ao governo do Estado em 2022 e avançou para o segundo turno. Mesmo assim, o secretário de Saúde afirma que mantém a expectativa de uma união do bloco no segundo turno. Ele admitiu que seu esquema já não espera mais por uma definição do deputado federal e ex-prefeito Romero Rodrigues (Podemos), que desde meados do ano passado mantém-se em silêncio sobre sua posição em Campina Grande, evitando elogiar ou criticar Bruno Cunha Lima ou assumir pretensão de ser candidato. “Se ele (Romero) decidir-se por estar alinhado com o nosso campo, será bem-vindo, mas o processo político está se desenrolando independente da posição que ele vier a tomar e que ainda é uma incógnita”, finalizou o secretário.