A Fundação Casa de José Américo (FCJA) incluiu o subprojeto ‘1930 a caminho do centenário: convergências bibliográficas e fontes digitais (BR 1930)’ no projeto ‘Preservação da memória e difusão educativa, cultural e científica do acervo da FCJA’ (composto, no total, por sete subprojetos).
O objetivo do subprojeto em torno da Revolução de 1930, segundo o professor Jivago Correia Barbosa, coordenador da pesquisa, é realizar um levantamento sobre o acontecimento considerado de relevância na história nacional e local. Para isso, o material da pesquisa será digitalizado para disponibilização dos acervos documentais em plataformas digitais (biblioteca digital e aplicativo).
A base da pesquisa está apoiada na utilização da tecnologia digital, já aplicada nos ambientes de ensino e aprendizagem, a partir da chamada “cultura tecnológica”, a exemplo da educação a distância, e do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), para a preservação e acesso aos acervos digitais.
Jivago lembra que o papel desempenhado por José Américo de Almeida na Revolução de 1930, e seus desdobramentos, é um tema que diz respeito diretamente aos fins da pesquisa da FCJA, que iniciou em abril deste ano e a previsão de término é para março de 2025.
A equipe de pesquisadores do subprojeto ‘1930 a caminho do centenário’, além da coordenação de Jivago Correia Barbosa, que também é professor do Instituto de Educação Federal da Paraíba (IFPB), é composta por Ana Andréa Vieira de Castro (Arquivologia-UFPB), Claudialyne da Silva Araújo (Arquivologia-UFPB-Iniciação Tecnológica), Carla Keuren Nunes Sousa (História-UFPB) e José Miguel Holderbaum Ferrari (História-UFPB).
Com mais de 20 anos pesquisando o regime Vargas na Paraíba, da graduação ao doutorado, Jivago Correia destaca que neste ano um dos mais importantes e emblemáticos episódios da historiografia brasileira está sendo relembrado: os 94 anos da chamada Revolução de 1930, instaurada no dia 5 de outubro de 1930. Como historiador, ele analisa que esse episódio foi um movimento que se consistiu em um golpe armado que depôs o presidente Washington Luís e elevou Vargas à Presidência da República.
“Entre o assassinato de João Pessoa e a vitória da Revolução de 1930, no dia 3 de outubro, passaram-se cerca de 70 dias, momento de incertezas e perturbações socioeconômicas. Foi justamente nesse momento que José Américo, então secretário da Segurança Pública do governo de João Pessoa, se fez mais presente do que nunca, consolidando sua liderança à frente dos aliancistas [Aliança Liberal], tornando-se o centro irradiador das conspirações ‘revolucionárias’ na Paraíba, assumindo a difícil missão de manter a Polícia Militar ao lado dos ‘revolucionários’, garantindo o controle da capital paraibana”, analisa o professor.
No dia 4 de outubro de 1930, após a irrupção do movimento, o chefe militar da “Revolução” no Norte – Juarez Távora – enviou uma carta a José Américo nomeando-o chefe do Poder Executivo estadual e tornando-o o primeiro interventor da Paraíba. Em seguida, assumiu o posto de líder do Governo Central Provisório do Norte, passando a nomear todos os interventores do Nordeste e Norte do país.
Por sua atuação, recebeu o adjetivo de o “espalha-brasas” na Revolução de 1930 e, no dia 24 de novembro, José Américo assumiu o Ministério da Viação e Obras Públicas, cargo que ocupou durante os anos do chamado Governo Provisório (1930-1934), ao lado do presidente Getúlio Vargas.
Para realizar o projeto ‘Preservação da memória e difusão educativa, cultural e científica do acervo da FCJA’, que tem na coordenação-geral a professora Lúcia de Fátima Guerra Ferreira, a Fundação Casa de José Américo, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq-PB), conta com a parceria da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Paraíba (Secties-PB).