A médica e conselheira do Conselho Federal de Medicina pela Paraíba Annelise Meneguesso participou, ontem, de um debate no Senado sobre assistolia fetal, método recomendado pela Organização Mundial de Saúde quando a gestação é interrompida acima de 20 semanas. O país acompanha com atenção as discussões na Câmara Federal sobre o projeto de lei 1904/24, do deputado Sóstenes Cavalcante, do PL-RJ, e outros 32 parlamentares, que equipara ao homicídio o aborto de gestação acima de 22 semanas.
Annelise Meneguesso apresentou um histórico sobre a interrupção da gravidez e pediu que os parlamentares votassem sempre a favor da vida. “Hoje nós deveríamos estar debatendo como acolher as vítimas de estupro e como facilitar o acesso dessas meninas, adolescentes e mulheres aos serviços de saúde de forma precoce antes da evolução da gestação, afim de reduzir os sofrimentos dessas pessoas. Peço a todos os deputados e senadores que votem sempre a favor da vida”, acrescentou.
Para Annelise, nesse momento o movimento feminista deveria fazer uma defesa pelo fortalecimento das políticas públicas em favor das mulheres e não do aborto. “Se realmente o movimento representasse as mulheres empoderando-as, ao invés de estar as mães a assassinarem os seus bebês no próprio ventre, estaria empenhado em fortalecer políticas públicas de saúde, planejamento familiar de forma responsável, educação sexual e segurança para essas mulheres, ampliando os mecanismos de proteção tanto à mulher quanto às famílias”, frisou.
Segundo a médica, não tem como defender a interrupção de uma vida e questionar assassinatos e genocídios. “A partir do momento que violamos o direito do nascituro, com que autoridade poderemos condenar atos de terrorismo ou de genocídio? Como iremos justificar a defesa do futuro da humanidade se a vida nada vale?”, questionou Annelise.