A deputada estadual Camila Toscano, do PSDB, considerou histórica e “pedagógica” a decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba que condenou o radialista Célio Alves, da cidade de Guarabira, por violência política de gênero. A vítima foi a própria deputada Camila Toscano, que disse ter sofrido ataques pessoais na campanha de 2022 por parte do comunicador, com o intuito de desqualificá-la como pessoa e desqualificar a sua atuação parlamentar na Casa de Epitácio Pessoa. “Que a decisão tomada sirva de exemplo para patentear que as mulheres devem ser respeitadas e que as mulheres que atuam na política devem ser reconhecidas pelo seu trabalho em prol de uma sociedade mais justa, mais igualitária, menos preconceituosa”, desabafou a parlamentar.
A deputada tucana teve a solidariedade da senadora Daniella Ribeiro, do PSD, que até recentemente presidiu a Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional e que tem sido atuante na bancada feminina em prol das causas das mulheres políticas. Para Daniella, a decisão tomada por unanimidade pelo Tribunal da Paraíba firma um precedente em escala nacional quanto à necessidade do respeito às mulheres e, sobretudo, aos seus espaços de representação política. Já Camila Toscano endossou: “Nossa luta se fortalece no sentido de que haja mais mulheres participando da atividade política e buscando soluções para os desafios urgentes da sociedade”. Foi a primeira condenação por violência política de gênero no Estado e o comunicador Célio Alves anunciou, ontem, que vai recorrer da punição que lhe foi atribuída.
Ele foi condenado à pena de 1 ano e 10 meses de reclusão, além do pagamento de multa e da inelegibilidade de direitos políticos. A denúncia foi formulada pelo Ministério Público e obteve ampla repercussão nos segmentos políticos, jurídicos e sociais do Estado, levando a presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargadora Agamenilde Dias Arruda, a informar que o TRE estará com a atenção redobrada na campanha eleitoral deste ano para coibir abusos dessa natureza e outros que venham a ser praticados e que tentam manchar o processo democrático. A desembargadora, em paralelo, está preocupada com rigorosa fiscalização e combate à disseminação de “fake news” durante o pleito, bem como sobre a utilização inadequada de recursos da Inteligência Artificial por candidatos para prejudicar adversários.