A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) emitiu nota de pesar pelo falecimento, ontem, do cantor e compositor Severino Xavier de Souza, mais conhecido como Biliu de Campina, aos 75 anos, no Hospital de Trauma de Campina Grande. O presidente da ALPB, deputado Adriano Galdino, também apresentou um voto de pesar pelo falecimento do artista. “Neste momento de dor e saudade, a Assembleia Legislativa se une em solidariedade, expressando sinceras condolências e votos de conforto aos familiares e amigos do cantor Biliu de Campina, grande ícone da cultura paraibana, que fará grande falta ao nosso Estado”, destacou o presidente Adriano Galdino.
O governador João Azevêdo, o senador Veneziano Vital do Rêgo e o prefeito Bruno Cunha Lima, também se manifestaram, em redes sociais, lamentando a morte de “Biliu” e ressaltando a sua importância na história artística-musical da Paraíba. Nascido em primeiro de março de 1949, Biliu era, também, advogado. Foi internado no Hospital de Trauma de Campina Grande desde o dia 24 de junho em virtude de uma queda que provocou um sangramento na cabeça. Sua situação se agravou e ele precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva. Por ter 75 anos e uma condição de comorbidades, como hipertensão e diabetes, ele apresentou dificuldades para respirar e ficou entubado na UTI. A informação da morte foi confirmada inicialmente pela produção do artista.
Segundo a informação, a morte de Biliu foi provocada por uma parada cardiorrespiratória. Por volta das 16h30 de ontem, o Hospital de Trauma de Campina Grande confirmou a informação. Forrozeiro formado em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba, trocou a advocacia pela música em 1978, quando iniciou a carreira artística, resgatando o forró de raiz. O cantor e compositor se auto-intitulava como o “maior carrego” de Campina Grande, numa de suas falas irreverentes que o caracterizavam.
Sua primeira composição foi gravada em 1984 e se intitulava “A Grande Herança”, por Messias Holanda. Criou a banda “Os ETs do Forró” Em seus três primeiros discos incluiu, além de suas composições, outras já consagradas como “O canto da ema”, de João do Vale, Aires Viana e Alventino Cavalcanti e “Sebastiana”, de Rosil Cavalcanti. Gravou também “Galo I” (trupizupe) e Galo II (embalo geral), músicas do bloco Galo de Campina, com arranjos do maestro Gabymar Cavalcanti.
Em 1989, participou com Gilberto Gil do show realizado no Parque do Povo em Campina Grande, no lançamento do movimento político-ecológico “Onda Azul” e que também serviu como homenagem aos 70 anos de Jackson do Pandeiro. Em 1999, foi homenageado durante o Forró Fest. Foi essa mistura de ritmos, humor e tradição que levou o artista a ser homenageado com o troféu Ícone da Cultura do projeto Sesi Forró na empresa 2008. De lá para cá, Biliu esteve presente em quase todas as edições do Maior São João do Mundo em Campina Grande. No dia 30 de março de 2022, Biliu de Campina e outros artistas da região foram reconhecidos pelo Estado como os novos mestres das artes, pela Lei Canhoto da Paraíba.