Kubitschek Pinheiro
O grupo de alunas do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Uniesp retornou do Rio Grande do Sul, onde esteve com equipe nacional de veterinários, trabalhando intensamente com os animais perdidos, feridos, longe e seus donos. Um total cinco na equipe do 7º período de medicina veterinária do UNIESP
Segundo a estudante de Medicina Veterinária do UNIESP, Adriana Cabral, (proprietária do primeiro Hemocentro Veterinário da Paraíba, HEMOCARE (VET), foi um trabalho de muita importância, tanto na solidariedade quanto no aprendizado. Esse trabalho solidário com os animais vem acontecendo nacionalmente, desde que aconteceu a tragédia que devastou o estado RS. O UNIESP não cruzou os braços.
“A receptividade no RS foi muito grande, os profissionais da área da medicina veterinária estavam muito sedentos de ajuda. Ficamos bem instaladas na casa da Dra Daniele Duhart, que nos recebeu de braços abertos. Aprendemos muito, que não podemos ter moleza no trabalho e também que nesse momento de crise não dá para escolher o que fazer pois tudo é muito necessário desde da limpeza, os cuidados básicos e médicos são muito importantes”, argumentou.
Para quem viu in loco, para quem esteve diante do caos, os estudantes de Medicina Veterinária do UNIESP, depois dessa experiência não serão os mesmos. “Seremos com certeza profissionais melhores e mais empáticos e tocados de humanidade a ajudar ao próximo, pois nem tudo é só dinheiro. É uma situação calamitosa. Muitos animais perderam não só seus donos, suas casas, eles perderam também a rua”, registrada
De acordo com Adriana, ainda há muito animais doentes devido a exposição ao frio e a chuva. “Muito triste mesmo. Alguns tutores foram encontrados, porém estão sem casa e não tem como retirar os animais dos abrigos”
O trabalho com animais no RS, lembra Adriana, está muito carente de voluntários. “O povo de lá cansou, não tem muita energia para as tarefas triviais devido terem também suas vidas para tocar. Isso faz com que a mão de obra fique desajustada. Nossa atuação lá foi desde limpeza de baias, alimentação, passeio com os cães, ajudamos os médicos com medicações de hora e contenção”.
Adriana Cabral teve a alegria de ver dois reencontros emocionantes. “Um inclusive nunca irei esquecer, pois foi um cão que me apeguei demais desde o primeiro dia. Na baia desse cão havia uma placa dizendo “cuidado. Cão morde” e ninguém conseguia sair pra passear com ele, então o bichinho ficava muito nervoso. Sendo assim, eu resolvi investir um tempo para fazer amizade com esse cão e consegui. No segundo dia ele me deixou toca-lo e coloquei a guia para passear. Quando seu dono, um senhor de mais de 80 anos foi busca-lo, esse cão ficou muito feliz. Foram cenas que eu jamais vou esquecer. Montes de lixo na frente das casas como se fosse barricada, muitas pessoas sujas no meio de escombros limpando, varrendo, ma tristeza. Vivi para ver cenas de guerra, de tocar a alma. Qualquer ajuda é bem-vinda. Vamos ajudar mais ao Rio Grande do Sul”.