O governador João Azevêdo participou, ontem, no Rio de Janeiro, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de um evento em que a instituição apresentou o Fundo Clima e o Programa BNDES Invest Impacto a governadores do Consórcio Brasil Verde, do qual a Paraíba faz parte com a coordenação do bioma caatinga. Na ocasião, o chefe do Executivo estadual destacou os desafios que a Paraíba enfrenta por conta do clima e defendeu a criação de um fundo para cuidar exclusivamente da caatinga.
Durante o evento que contou com o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, e teve como tema “O Papel do Fundo Clima no Financiamento dos Estados Brasileiros”, foram detalhadas as condições de acesso ao Fundo Clima e do Programa Brasil BNDES Invest Impacto visando à elaboração de projetos estaduais que possam ser financiados pelo banco, com foco na mitigação das mudanças climáticas.
Em sua fala, o governador João Azevêdo destacou os desafios que a Paraíba ainda enfrenta por conta da situação climática, defendeu celeridade dos projetos e a criação de um fundo exclusivo para a caatinga, bioma cuja coordenação é da Paraíba no Consórcio Brasil Verde. “É extremamente necessário que a gente tenha um fundo para cuidar da nossa caatinga, que é um bioma único, que é um bioma que precisa ser olhado, com uma capacidade de recuperação extraordinária”, disse, externando satisfação pelo encontro e defendendo rapidez nos projetos.
O gestor paraibano pontuou: “Numa região como o Nordeste, nós temos que desenvolver constantemente a capacidade de resiliência e de convivência com o Semiárido – o Estado da Paraíba tem 90% dos seus municípios nessa região. Na Paraíba, se tem a logística de transporte resolvida, as questões de energia resolvidas. Mesmo assim, um dos itens que fazemos investimentos, e não são pequenos, é água. Essa possibilidade de utilização de recursos como o Fundo Clima abre um leque muito grande de oportunidades para os Estados”.
Por sua vez, o presidente do BNDES destacou a importância de investimentos na mitigação das mudanças climáticas. “Em 50 anos, os desastres naturais já respondem por metade dos desastres do planeta, 45% de todas as mortes no mundo e por 74% de todas as perdas econômicas. E essas estatísticas estão numa velocidade espantosa, em aceleração. Nós estamos falando de 11 mil desastres naturais que foram reportados, mais de dois milhões de pessoas morreram, 3,4 trilhões de dólares de perdas”, disse Mercadante, citando como fonte a Organização Meteorológica Mundial/Escritório da ONU para Redução dos Riscos de Desastres e ressaltando que o Fundo Clima deve chegar a R$ 10,4 bilhões com as novas condições anunciadas em abril deste ano.
O presidente do Consórcio Brasil Verde e governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, enalteceu a participação do BNDES no processo de mitigação das mudanças climáticas dos Estados. “O fortalecimento do Fundo Clima é um caminho importante porque nós já temos linhas de financiamento de outras instituições, mas o BNDES entra com uma linha de financiamento que possa se fortalecer a cada ano para financiar Estados e municípios, o setor produtivo, as empresas, com a tarefa de transição energética, mecanismo de controle do desmatamento, obras de adaptação. Isto é muoto importante e necessário”, adiantou.