Nonato Guedes
O ex-ministro da Saúde e pré-candidato a prefeito de Pessoa pelo PL, Marcelo Queiroga, garantiu ao colunista que, se eleito, não utilizará a prefeitura como “trampolim” para outras ambições políticas, a exemplo de candidaturas a senador ou a governador nas eleições futuras, em 2026. Explicou que está focado no objetivo de ser prefeito e que tem compromisso de apresentar soluções para os problemas enfrentados pela população da Capital e, ao mesmo tempo, implementar uma gestão “inovadora”. O ex-auxiliar do ex-presidente Jair Bolsonaro considera que tem experiência administrativa a oferecer como contribuição ao desenvolvimento de João Pessoa, mencionando sua passagem pelo Ministério em plena pandemia de Covid-19, quando deu partida a uma maciça campanha de vacinação em todo o país que influenciou para a redução de óbitos, na sua análise.
Queiroga, que tem como pré-candidato a vice o pastor e procurador Sérgio Queiroz, do Partido Novo, e que se assume como representante das forças políticas conservadoras na Paraíba, observou que houve políticos que se elegeram à prefeitura e, em pouco tempo de mandato, renunciaram para concorrer ao governo do Estado, caso de Wilson Braga, que vitoriou nas eleições municipais de 1988 e já em 1990 concorreu ao Palácio da Redenção, sendo derrotado. “Não é o meu caso”, ressaltou, ao comentar as informações de que líderes bolsonaristas em vários Estados, inclusive, do Nordeste, vão se candidatar a cargos majoritários em 2026, principalmente no Congresso. Na verdade, como lembra Queiroga, a estratégia vem sendo adotada desde as eleições de 2022 quando ex-ministros como Tarcísio de Freitas e Damares Alves elegeram-se ao governo de São Paulo ou ao Senado. A seu ver, uma estratégia legítima e correta para a ocupação de espaços por parte do bolsonarismo, na ofensiva contra o Partido dos Trabalhadores, que voltou ao poder com Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-ministro da Saúde, que passou uma temporada fora da Paraíba, ocupando cargos importantes lá fora, como o de presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e, mais tarde, o Ministério da Saúde, por convocação do então presidente Jair Bolsonaro, revelou que o estágio probatório da campanha a prefeito de João Pessoa, este ano, tem lhe possibilitado superar carência de informações sobre a atual realidade enfrentada pela população local, mercê da discussão que tem feito com representantes da sociedade e da oportunidade que tem tido de apresentar suas próprias alternativas para os desafios da conjuntura pessoense. De sua parte, já se sente familiarizado com os problemas e, nesse sentido, tem contado com colaborações valiosas de técnicos e especialistas acerca das propostas para uma João Pessoa mais próspera e competitiva. “Meu foco é a Capital paraibana e meu compromisso é o de exercer na plenitude o mandato de prefeito. Outros projetos políticos poderão ser cogitados, mas no tempo certo, sem nenhum açodamento”, esclareceu Marcelo Queiroga.
O pré-candidato do PL em João Pessoa reiterou que seu palanque, na disputa propriamente dita, será prestigiado não somente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo apoio considera “valiosíssimo”, como por outras figuras de projeção do bolsonarismo, a exemplo da ex-primeira-dama Michelle, de ex-ministros que foram seus colegas na equipe do primeiro escalão e de parlamentares de diversos Estados que foram testemunhas da sua ação à frente da Pasta da Saúde, num momento difícil para o Brasil, diante da ameaça de colapso da rede pública quando do enfrentamento à calamidade do coronavírus. Salientou que a tragédia não foi maior para o país porque o governo ao qual serviu empenhou-se em agir, mesmo convivendo com obstáculos e, conforme ele, com a falta de colaboração de governadores que faziam oposição ao ex-presidente da República. Detentor de informações privilegiadas de bastidores sobre o histórico da Covid-19 no território nacional, Marcelo Queiroga afirmou que está pronto para o debate a respeito, se for provocado, já que reconhece a predominância do debate sobre a problemática de João Pessoa e da Paraíba. “Mas não descarto a hipótese de nacionalização da campanha municipal”, advertiu.
Queiroga diz que tem cumprido a agenda programada para a fase inicial da mobilização eleitoral e prevê que, após a convenção, o ritmo se intensificará, com o corpo a corpo junto aos eleitores, a participação no Guia Eleitoral e sua intervenção nos debates que serão promovidos por veículos de comunicação e por entidades de classe que tenham interesse em abordar soluções para a construção de uma nova Capital, preparando-a para o marco do hum milhão de habitantes. O ex-ministro de Bolsonaro deixou claro que não escolhe nem distingue adversários na competição eleitoral e insinua, mesmo, que há postulantes apoiados por figuras envolvidas em escândalos, diferentemente do seu perfil. Avalia que as incoerências e contradições de alguns postulantes ficarão expostas de forma nítida no curso da campanha eleitoral por iniciativa deles mesmos, cabendo ao eleitorado emitir seu julgamento de valor sobre posturas e sobre grau de compromisso com as questões urgentes da Capital. Por fim, manifestou sua confiança nas chances de evolução e de ultrapassagem para o segundo turno, alegando dispor de levantamentos para consumo interno que favorecem a sua candidatura.