Morreu na madrugada desta segunda-feira, 12, o economista Antônio Delfim Netto, aos 96 anos. Ele se encontrava internado desde a segunda da semana passada no hospital Albert Einstein, em São Paulo, e faleceu em decorrência de complicações no quadro de saúde. Delfim Neto foi uma das eminências do regime militar instaurado em 1964, ocupando cargos como os de ministro da Fazenda, entre 1967 e 1975. Também foi ministro do Planejamento entre 1979 e 1985, ministro da Agricultura em 1979 e embaixador do Brasil na França em 1975 até 1977. Delfim era uma figura de destaque nos meios políticos e econômicos.
Professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, Delfim Netto foi um dos mais longevos ministros da Fazenda do país. Após a redemocratização permaneceu como figura de destaque no cenário nacional, sendo, inclusive, conselheiro de presidentes petistas e de empresários. Como ministro do Planejamento na década de 1980, comandou a economia brasileira durante a segunda maior crise financeira mundial do século 20, causada pelo choque dos preços do petróleo e pela elevação dos juros americanos para quase 22% ao ano. Após o fim do regime militar, participou das eleições em 1980 como candidato à Câmara dos Deputados.
Em 2014, Delfim doou para a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de São Paulo sua biblioteca pessoal, com um acervo de mais de 100 mil títulos, acumulados em quase oito décadas. O ex-ministro tem mais de 10 livros publicados sobre problemas da economia brasileira e centenas de artigos e estudos. Escrevia semanalmente nos jornais Folha de S. Paulo e Valor Econômico e para a revista Carta Capital. Seus artigos eram também publicados regularmente em cerca de 70 periódicos de todo o país.