O governador João Azevêdo anunciou, ontem, falando aos jornalistas, a designação de um delegado especial da Polícia Civil para apurar as denúncias feitas pelo deputado federal Ruy Carneiro (Podemos), candidato a prefeito de João Pessoa, de que foi impedido de realizar um evento de campanha no bairro do Cristo, na Capital, por ordem de representantes do tráfico de drogas na última semana. O chefe do Executivo lembrou que há versões contraditórias, de outras pessoas, sobre episódio ocorrido envolvendo o parlamentar, mas frisou que o seu interesse é investigar os fatos e, se for o caso, punir culpados. João Azevêdo citou que é preciso “cautela” na campanha eleitoral para que fatos não sejam distorcidos nem acusações inverídicas venham a ser formuladas, daí a necessidade de apuração correta.
Ainda ontem, em novo debate de que participou, desta vez realizado pela TV Master, o deputado Ruy Carneiro enfatizou que há influência das organizações criminosas na rotina das comunidades e no processo eleitoral de João Pessoa, insinuando que há influência desses grupos na própria administração municipal. Ao mencionar o cancelamento de uma plenária da Coligação “Mudar para o Futuro” no bairro do Cristo, Ruy Carneiro afirmou:
– A quem interessa impedir minha entrada em uma comunidade para falar sobre propostas para a cidade? João Pessoa não pode ser intimidada pelo crime organizado nem pelos sócios desses grupos. Além de ameaçarem quem mora nas comunidades, já estão interferindo nas eleições.
O governador revelou ter mantido contato com a presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Agamenilde Dias Arrudas, para tratar da questão da segurança pública no período eleitoral, colocando novamente as forças policiais do Estado à disposição da Corte e garantindo que elas podem atuar para a tranquilidade do pleito no Estado. Mesmo assim, João Azevêdo mencionou que respeita a decisão do Tribunal de encaminhar ao TSE pedido de tropas federais para assegurar o pleito em pelo menos três cidades da Paraíba.