Os líderes Elmar Nascimento, do União Brasil-BA, e Antonio Brito, do PSD-BA, conversaram, ontem, e reafirmam que ainda não vão desistir das candidaturas para suceder Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara Federal em 2025, com isto descartando apoio à candidatura do deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos), que passou a ser considerado favorito no páreo. Na conversa por telefone, Elmar e Brito concluíram ter “sobrevivido” nesta semana à manobra de Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, de sair do embate para alavancar a candidatura de Hugo Motta e agora precisam elaborar os cenários a partir da conjuntura dos próximos dias.
A estratégia da frente entre União Brasil e PSD é de cristalização. A próxima semana é considerada decisiva, e os postulantes à sucessão de Arthur Lira acreditam que a indefinição de apoio do atual presidente é positiva. Além disso, esperam que uma ala do governo recue em relação ao aval sobre o líder do Republicanos por causa da aproximação com Eduardo Cunha, que foi presidente da Casa. Em caso de estagnação no cenário, PSD e União Brasil buscam formas de trazer o MDB para o mesmo barco, ainda que o partido já tenha sinalizado que pende para a construção da candidatura de Hugo Motta. Para isso, não é descartada a possibilidade de o líder da sigla na Câmara, Isnaldo Bulhóes Jr (MDB-AL) encabeçar ofensiva e lançar candidatura.
Este cenário é o pior para Lira, que vetou o nome de Isnaldo por serem de grupos políticos rivais em Alagoas. A bancada do MDB tem 44 deputados, assim como a do PSD e a do Republicanos. Os três partidos integram o mesmo bloco, o segundo maior da Casa Baixa, e Isnaldo tem defendido publicamente a união desta construção. No entanto, a ideia de PSD e União Brasil é construir com o partido um acordo de conveniência, a partir de possíveis cenários à frente. Ainda há diálogo e, por isso, nem o MDB nem Arthur Lira anunciaram oficialmente seus candidatos.
Marcos Pereira ainda não conversou pessoalmente com Lira desde que anunciou que será o fiador da campanha de Motta. Mesmo assim, a possibilidade do nome do líder do Republicanos foi aventada pelo próprio presidente da Câmara há algumas semanas, pois ele quer unir os líderes em torno de uma candidatura consensual e da qual seja próximo para não perder poder.