Três dos principais candidatos a prefeito de João Pessoa – Ruy Carneiro, do Podemos, Luciano Cartaxo, do PT e Marcelo Queiroga, do PL, decidiram convocar uma entrevista coletiva à imprensa, hoje, na Capital, depois da divulgação de uma operação encetada, ontem, pela Polícia Federal, que apura o aliciamento de eleitores em comunidades, que por sua vez sofrem com a interferência do tráfico de drogas. Além de repudiar a tentativa de intervenção de grupos ligados ao tráfico no processo eleitoral de João Pessoa, os três candidatos deverão reforçar pedidos de segurança para a realização do pleito, o que pode abrir perspectiva de requisição de tropas federais em conjunto.
A Operação denominada Território Livre cumpriu três mandados de busca e apreensão para combater os crimes de aliciamento violento de eleitores e atuação de organização criminosa no bairro São José, em João Pessoa. De acordo com versões, através de controle de território os investigados estariam exercendo influência no pleito eleitoral, praticando condutas de formação de organização criminosa, uso de violência para coagir o voto e outros expedientes que restarem comprovados. Nas diligências encetadas ontem foi apreendido o montante de 35 mil reais em dinheiro, além de vários documentos com dados de pessoas que não eram residentes no local da busca, contracheques de funcionários da prefeitura e aparelhos celulares. Os candidatos afirmam que as provas podem indicar materialidade e autoria e reforçar elementos já colhidos durante a investigação policial, objetivando responsabilizar os envolvidos por crimes eleitorais praticados.
Entre os alvos dos mandados estão a vereadora Raíssa Lacerda, do PSB e o conselheiro tutelar Josevaldo Gomes da Silva, coordenador adjunto da região Praia de João Pessoa. Na casa da parlamentar foram apreendidos dinheiro em espécie, aparelhos celulares e contracheques de funcionários da prefeitura municipal de João Pessoa. Em nota emitida na tarde de ontem, a prefeitura da Capital garantiu que nenhum imóvel ou repartição do município foi alvo de busca e apreensão na manhã de ontem e que tampouco qualquer servidor público municipal, nomeado ou contratado, está entre os alvos da Operação Território Livre da Polícia Federal. A gestão lamentou ainda “a tentativa de utilização dos fatos para insinuar o envolvimento de qualquer autoridade do Executivo municipal com eventos dessa natureza”.