Atualmente, a propaganda eleitoral de rua perdeu grande parte do seu apelo junto ao povo. Antigamente, o cenário era bem diferente: as campanhas de rua mobilizavam grande parte da população, e os materiais de propaganda distribuídos nas vias públicas despertavam uma certa excitação. Hoje, observamos nos semáforos jovens distribuindo panfletos ou adesivos de forma apática, sem o menor interesse pelo conteúdo que estão entregando. Para muitos, essa é apenas uma oportunidade de temporário ganho financeiro, sem qualquer envolvimento com a mensagem política.
Uma mudança no comportamento dos eleitores reflete uma transformação mais ampla que se deu com a evolução das tecnologias de comunicação e a ascensão das redes sociais. Com o tempo, as ruas deixaram de ser o palco principal para as discussões políticas. Se antes era comum ver debates fervorosos em praças públicas ou encontros espontâneos de pessoas engajadas na causa de um candidato, agora esses espaços foram, em grande parte, substituídos pelo ambiente digital.
A internet, especialmente através das redes sociais, passou a ocupar o papel central nas campanhas eleitorais. Plataformas como Facebook, Twitter e Instagram criaram os novos espaços. Nessas plataformas, os candidatos conseguem atingir um número muito maior de pessoas de forma segmentada, direcionando suas mensagens conforme o perfil do eleitorado.
Além disso, o formato das campanhas também mudou. Enquanto no passado a presença física nas ruas e a distribuição de materiais eram fundamentais, hoje o foco está nas interações online. Lives, vídeos curtos, postagens patrocinadas e influenciadores digitais passaram a ser os grandes veículos para alcançar os eleitores.
A interação direta que as redes sociais promovem, inclusive, permite aos candidatos dialogar com o público em tempo real, algo que as campanhas tradicionais de rua jamais poderiam oferecer. Assim, a propaganda de rua foi deixada em segundo plano, perdendo espaço e relevância.