Após o término das eleições, é comum observar que muitos políticos, antes tão presentes nas ruas e em contato direto com o povo, simplesmente desaparecem. Durante o período eleitoral, eles estão por toda parte: participam de eventos, visitam comunidades e interagem com os participantes, demonstrando interesse pelas demandas da população. No entanto, essa proximidade é, na maioria das vezes, temporária. Passada a eleição, a presença dos políticos nas ruas torna-se rara, e o contato com o povo, algo esporádico. A impressão que fica para muitos cidadãos é a de que são lembrados apenas nos momentos em que seu voto é necessário.
Essa percepção gera um sentimento de desilusão e frustração entre os eleitores, que veem suas esperanças por mudanças se esvaírem após a apuração dos votos. É como se, uma vez conquistado o cargo, os compromissos e promessas feitas durante a campanha fossem esquecidos. A falta de diálogo e a ausência de política no cotidiano das pessoas reforçam essa sensação de abandono.
Muitas vezes, essa dinâmica contribui para o distanciamento entre a população e a classe política, levando a um aumento da descrença nas instituições e no sistema democrático. Os eleitores se sentiram usados, como se fossem apenas peças de um jogo que só interessa a quem está no poder durante o período eleitoral. A verdadeira aproximação com a população, que deveria ser contínua e parte integrada da função política, acaba por se restringir ao tempo de campanha.