O Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE) vai apreciar, hoje, o pedido de habeas-corpus impetrado pela defesa da primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, mulher do prefeito Cícero Lucena (PP), candidato à reeleição, que foi presa no último sábado por determinação da Justiça Eleitoral e recolhida ao Presídio Júlia Maranhão, como parte de uma investigação sobre aliciamento violento de eleitores e organização criminosa nas eleições municipais de 2024. A operação fez parte da terceira fase da Operação Território Livre, conduzida pela Polícia Federal com o apoio do Gaeco. Além da prisão de Lauremília, que foi vice-governadora da Paraíba, mandados de busca foram cumpridos em outros alvos.
O prefeito Cícero Lucena reagiu com veemência à prisão da esposa e à exploração política feita por adversários, assegurando que tudo não passa de uma trama para atrapalhar sua vitória no primeiro turno no próximo domingo, como vinha sendo apontado por institutos especializados de pesquisas. Mesmo com a mulher presa, Cícero compareceu ao debate entre os candidatos a prefeito promovido na noite de sábado pela TV Correio, com mediação do jornalista Hermes de Luna, e revelou que Lauremília provará sua inocência, bem como que está sendo vítima de profunda injustiça. Em nota, a assessoria do prefeito lembrou que Lauremília tem residência fixa e jamais se recusaria a prestar depoimento. “Houve o uso de força desproporcional, já que ela sequer foi convocada para prestar depoimento. Claramente, os adversários de Cícero estão utilizando todos os meios para conquistar o poder a qualquer custo, sem respeito à sua família ou à cidade de João Pessoa”.
Do debate na TV Correio participaram ainda os candidatos Marcelo Queiroga, do PL, Ruy Carneiro, do Podemos, e Luciano Cartaxo, do PT, que cobraram explicações de Cícero sobre supostas ligações da atual gestão da prefeitura com setores do crime organizado em João Pessoa. O prefeito ressaltou que Lauremília tem uma vida limpa, é uma benfeitora na cidade e no Estado. Ela foi submetida a audiência de custódia no próprio sábado, quando ficou decidida a manutenção da prisão. A primeira-dama teria sido citada em documentos da PF, com transcrições de conversas entre pessoas investigadas mencionando-a como uma pessoa influente nas nomeações de cargos na prefeitura para indivíduos ligados a grupos que controlam comunidades na cidade, em troca de facilidades de acesso a essas áreas. Cícero Lucena considerou tais versões fantasiosas e inverídicas “com o intuito de manchar a honra de uma mulher íntegra, respeitada e querida pelo povo paraibano”.
Também atribuiu os acontecimentos a “manobras de desespero” por parte de adversários políticos diante de uma provável vitória sua já no primeiro turno das eleições no próximo domingo. “As injustiças que mais uma vez atingem Cícero e sua família não ficarão impunes. A campanha continuará nas ruas para mostrar que nenhuma força política está acima de Deus e da vontade soberana do povo”, pontuou a nota da assessoria do prefeito da Capital.