A Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, presidida pela deputada federal Gleisi Hoffmann, divulgou nota, ontem, sobre as eleições municipais, advertindo que a principal tarefa dos militantes do partido, neste segundo turno, é fortalecer as campanhas nas 13 cidades em que o PT está disputando e lutar com todas as forças pela vitória de Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT) em São Paulo. “Com o mesmo empenho, vamos nos engajar nas campanhas de candidatos de outros partidos nas cidades onde haverá segundo turno contra candidatos da extrema direita, sem vacilações. O PT sempre teve lado, o lado do Brasil e nunca se omitiu na defesa da democracia”, ressalta a nota, pregando a união do campo popular e democrático contra as forças direitistas e conservadoras.
A Executiva Nacional avalia que o resultado do primeiro turno de 2024 aponta o início da recuperação eleitoral do PT nos municípios, “num cenário que mais uma vez favoreceu a eleição ou reeleição de candidatos das legendas da centro-direita e direita dominantes no Congresso Nacional, com acesso a emendas parlamentares bilionárias e no comando das máquinas públicas municipais”. Acrescenta que o alto índice de reeleições, que beira os 80% nas cidades que mais receberam emendas parlamentares, confirma “essa distorção no sistema político” e observa que, mesmo enfrentando tamanho desequilíbrio o PT passou de 183 para 248 prefeitos e prefeitas, e vai disputar o segundo turno em 13 cidades, sendo 4 capitais: Fortaleza, Porto Alegre, Cuiabá e Natal.
A soma de votos em candidatos e candidatas do PT passou de 6,0 milhões para 8,8 milhões no país, mesmo o partido não tendo lançado nomes este ano em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. “Passamos de 2.668 vereadores e vereadoras para 3.118 em chapas compartilhadas com PV e PCdoB na Federação Brasil da Esperança. Nossa votação para as Câmaras Municipais subiu de 5,7 milhões para 7,3 milhões. Dentre as quatro maiores prefeituras governadas pelo PT reelegemos as companheiras Marília Campos em Contagem e Margarida Salomão em Juiz de Fora. Vencemos em Maricá (RJ) e Rio Grande (RS) e fomos para o segundo turno em Mauá e Diadema com os companheiros Marcelo Oliveira e José de Fillipi. Nos municípios entre 100 mil e 200 mil eleitores, passamos de dois para cinco prefeitos eleitos. Nas cidades entre 20 mil e 100 mil passamos de 27 para 56, além de aumentar de 146 para 188 as vitórias em cidades com até 20 mil eleitores”, analisa a Executiva Nacional petista.
E mais: “Cumprindo a tática eleitoral de fortalecer o campo democrático no embate permanente contra a extrema direita, elegemos 222 vices do PT em chapas encabeçadas por candidatos de 14 outros partidos. Integramos as coligações amplamente vitoriosas em duas capitais estratégicas: Recife, em aliança com João Campos, do PSB, e no Rio, com Eduardo Paes, do PSD, impondo à extrema direita sua mais contundente derrota eleitoral, no berço político de Jair Bolsonaro. E vamos disputar o segundo turno em São Paulo, com Guilherme Boulos, do PSOL, e a companheira Marta Suplicy”. Os resultados eleitorais do primeiro turno, conforme a direção presidida por Gleisi Hoffmann, correspondem ao compromisso e à luta da militância petista, candidatos, candidatas e dirigentes de todos os níveis. Também correspondem aos acertos e eventuais equívocos na implementação da tática eleitoral, que devemos avaliar em conjunto para fortalecer o partido, nosso campo político mais amplo e nosso projeto de país.
Finaliza a Executiva Nacional do PT: “Esta avaliação tem de levar em conta que voltamos ao governo com o presidente Lula liderando uma frente política democrática numa conjuntura extremamente desafiadora, após quase uma década de cerco e perseguição contra nosso partido e nosso maior líder. O período histórico inaugurado com a farsa da Lava Jato e o golpe contra a presidente Dilma Rousseff abriu as portas para a extrema direita aliada ao neoliberalismo mais selvagem, que seguem ameaçando o país e o sistema democrático”.