Com o Partido dos Trabalhadores demonstrando preferência pela candidatura do deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos) à presidência da Câmara Federal, os deputados Elmar Nascimento (União-BA) e Antônio Brito (PSD-BA), que desejam o cargo, procuraram o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) para pedir ajuda com os petistas. Lindbergh, apesar de militância política no Estado do Rio, é natural de João Pessoa, na Paraíba, e namorado da presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann. As conversas aconteceram ontem. Lindbergh teve um almoço com o líder do União Brasil e foi ao encontro de Brito na liderança do PSD na Câmara dos Deputados.
Farias será o próximo líder do PT na Câmara, assumindo o cargo no lugar de Odair Cunha (MG) em fevereiro de 2025, data da eleição na Casa. Na conversa, o petista questionou se o projeto de Elmar e Brito que querem lançar candidatura e forçar um segundo turno contra Hugo Motta é viável diante do apoio de Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara, ao parlamentar do Republicanos. Em resposta, os deputados garantiram que a chapa pode vencer as eleições, especialmente se contar com o apoio do PT, prometendo entregar os cargos que os petistas quiserem, além de garantir governabilidade para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Brito e Elmar fizeram uma peregrinação pelo Brasil, apoiando candidatos do PT que disputam o segundo turno nas eleições municipais, de olho em reciprocidade à Câmara dos Deputados.
Entretanto, membros da bancada petista dizem que isso não deve alterar a posição dos parlamentares do colegiado. Os petistas querem mais autonomia sobre as emendas e os cargos. Enquanto isso, o deputado Hugo Motta, reforçado pelo apoio de Arthur Lira, aproveitou a semana sem sessões no Congresso para fazer um “corpo a corpo” com os poucos deputados que estão em Brasília. Ontem, ele embarcou para a Paraíba para agendas locais, mas volta na quinta-feira para retomar os cafés.
Na próxima semana, ele deve focar em reunioes com as bancadas partidárias. A missão de Motta não é das mais fáceis. Lira ainda sonha com um entendimento entre os principais partidos para evitar uma disputa interna no Centrão. A situação do momento no cenário é que o grupo de Lira está dividido e a tendência é que Elmar e Brito se lancem candidatos de forma a provocar um segundo turno. O presidente Arthur Lira já reforçou, entretanto, esta semana, que quer um entendimento em torno de um único nome do Centrão.