O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) anunciou apoio oficial ao deputado Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, como seu candidato na disputa pela presidência da Casa a partir de 2025. Lira explicou que Motta é o candidato “com maiores condições políticas de construir convergências no Parlamento”. Em pronunciamento à imprensa na manhã de hoje, ele confirmou que o líder do Republicanos terá seu apoio para concorrer ao comando da Câmara a partir de fevereiro. Só mais tarde o partido de Motta oficializou a candidatura.
Durante meses a expectativa era que Lira escolhesse o deputado Elmar Nascimento, do União Brasil da Bahia, mas aliados afirmaram ao UOL que o candidato “de coração” era Motta. O deputado alagoano não pode se reeleger à presidência e deseja fazer o sucessor para transferir seu capital político e ter influência no Parlamento. Segundo relatos de deputados próximos a Lira, o líder do União Brasil, Elmar Nascimento, não foi indicado para ser seu sucessor por “falta de apoio” dos partidos. O republicano, contudo, é o deputado que dialoga com todos os grupos políticos da Câmara e seria o postulante com maior aceitação entre as siglas.
Estavam presentes na residência oficial do presidente da Câmara o Dr. Luizinho, do PP-RJ, Isnaldo Bulhões, do MDB-AL, Romero Rodrigues, do Podemos-PB, além de Rubens Pereira Júnior (PT-MA) e Sílvia Waiãpi, do PL-AP. “Depois de muito conversar e, sobretudo, de ouvir, estou convicto de que o candidato com maiores condições políticas de construir convergências no Parlamento é o deputado Hugo Motta, nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez. Estou certo de que Hugo Motta, deputado experiente, em seu quarto mandato, e que viveu e vive de perto os desafios que perpassam a nossa gestão, vai saber manter a marcha da Câmara dos Deputados”, expressou Arthur Lira.
Lira criou comissão especial para o projeto de anistia para os envolvidos nos ataques às sedes dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Isso faz com que a proposta demore um pouco mais a ser analisada, após pressão do PT, que impôs como condição para o apoio a Motta que o projeto não avançasse. Lira defendeu que o tema seja discutido na Casa sem se transformar em uma disputa política. “Nada deve ser obstado. Há de ser plena a liberdade do Parlamento de formular, discutir, debater, pensar as temáticas mais relevantes e sensíveis de nossa gente. Assim também deve ser com a chamada Lei da Anistia. O tema deve ser devidamente debatido pela Casa. Mas não pode jamais, pela sua complexidade, se converter em indevido elemento de disputa política, especialmente no contexto das eleições futuras para a eleição da Mesa Diretora da Câmara”, revelou Arthur Lira. O partido do presidente Lula é contra o avanço do projeto de lei que anistia os presos em 8 de Janeiro, uma pauta dos bolsonaristas. O deputado Odsair Cunha (MG) afirmou que o partido está debatendo qual tese irá seguir: a permanência no blocão formado para reeleger Lira em 2023 ou se a sigla irá produzir um novo bloco na Casa. Segundo ele, uma disputa acirrada não é boa para os interesses do PT nem aos interesses do governo.