Nonato Guedes
Ao cumprimentar as forças de segurança pública que atuaram em resposta à ocorrência de explosões de bombas na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na noite de quarta-feira, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) enfatizou que “o triste episódio que chocou a todos nós e, lamentavelmente, resultou na morte de uma pessoa, demonstra o quanto devemos repudiar e desestimular atos de violência e discursos de ódio em nosso país”. Vários senadores comentaram a ocorrência quando o chaveiro Francisco Wanderley Luiz jogou bombas em direção ao Supremo Tribunal Federal e morreu vítima da explosão que ele mesmo provocou. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que os ataques em Brasília “merecem total repúdio de qualquer pessoa que tem apreço pela nossa democracia e pelas nossas instituições”.
De acordo com o senador, “o episódio reitera o desafio urgente que a realidade atual nos impõe, que é o de distensionar a política brasileira, hoje tão envenenada por ódio, intolerância, fake news e extremismo”. Essa foi a tônica dos pronunciamentos, também, de parlamentares de oposição, como o líder no Senado Rogério Marinho (PL-RN) que se declarou “horrorizado” e “perplexo” com o ocorrido, além de manifestar seu veemente repúdio. Para Marinho, é hora de o Legislativo conceder anistia aos presos pelos ataques de 8 de Janeiro, uma decisão que precisa ter caráter eminentemente político. “Eu não tenho dúvidas de que esse é o momento em que o Brasil precisa se desarmar, o Brasil precisa se pacificar. Nós precisamos voltar a ter normalidade democrática, e isso não vai acontecer sem que haja uma reconciliação”. Lembrou, então, que existe em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto que trata da anistia e advertiu que as penas que estão sendo colocadas são desproporcionais.
– A anistia é uma ação política e cabe ao Congresso Nacional, através dessa ação, se debruçar sobre esse tema. Cabe ao Judiciário julgar as eventuais diferenças e querelas que são gestadas pela nossa sociedade. Nós não temos nenhuma dúvida de que esse incidente, esse trágico acontecimento, só reforça a necessidade de que todos nós juntos façam o esforço necessário para que a discussão política aconteça no terreno adequado – acrescentou. Para o senador Renan Calheiros, do MDB-AL, os atentados em Brasília são muito graves e devem ser apurados com o máximo rigor. Através de rede social, o parlamentar alagoano disse tratar-se de uma ação terrorista e política de um fanático. Ele ainda completou: “A Constituição é clara: crimes de terrorismo contra a ordem constitucional e o Estado democrático são imprescritíveis e insuscetíveis de perdão”. O senador Humberto Costa, do PT-PE, condenou “a violência, a barbárie, a intolerância, o ataque à democracia, a brutalidade de colocar em risco a vida de tanta gente inocente”. E emendou: “Não podemos aceitar, normalizar e conviver com criminosos terroristas”. Ele defendeu punição aos envolvidos e proclamou que “não haverá anistia para ninguém”.
Para Randolfe Rodrigues, do PT-AP, é inadmissível que haja tantos ataques à democracia brasileira. Ele pediu que seja feita uma apuração rigorosa para identificar responsáveis e que vença a união dos brasileiros. “Somos um só país, uma grande nação. Não deve haver divergência quando a vida dos brasileiros está sendo colocada em risco”, registrou o senador. Para Augusto Brito, do PT-CE, as investigações devem apontar responsáveis e a motivação do que aconteceu. “Não podemos admitir qualquer tipo de ameaça à democracia”, completou. Eliziane Gama, do PSD-MA, disse que é fundamental repudiar esse tipo de prática e barrar qualquer tipo de anistia. Conforme a senadora, esses atos criminosos “agridem a tradição de paz da sociedade brasileira”. O senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que a série de explosões constituiu um ataque contra a democracia e o Brasil não pode mais tolerar esse clima de terror que busca corroer o que que mantém a todos unidos como nação. “Nossa democracia não será intimidada”, verberou. A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) afirmou que é preciso seguir com investigações céleres e rigorosas. “Não podemos normalizar, de forma alguma, a violência e os ataques contra nossas instituições, escreveu a senadora.
O senador paraibano Veneziano Vital do Rêgo (MDB), primeiro vice-presidente do Senado, registrou que as informações iniciais apontam um ato de extremismo que ameaça a soberania nacional e tenta atingir a nossa democracia, que é forte, resiliente e não será abalada por atos de violência e intolerância. Na opinião da senadora Teresa Leitão, do PT-PE, o atentado na Praça dos Três Poderes, que é o símbolo maior da democracia brasileira, é uma herança dos atos de 8 de Janeiro. Ela disse que ambos são resultado da constante incitação do ódio e das mentiras, perpetradas de forma orquestrada por quem detesta a democracia. “Nós sempre a defenderemos”, prometeu. Outros parlamentares destacaram uma suposta polarização na política nacional. Na visão da senadora Leila Barros, do PDT-DF, o atentado na Praça dos Três Poderes é um grave episódio que precisa ser tratado com toda a seriedade que a situação exige. Ela disse que “o ódio político não pode ser subestimado e é urgente superar a polarização e restaurar a harmonia que tanto precisamos”. Na mesma linha, Soraya Thronicke, do Podemos-MS, apontou que “o país vive uma situação de insegurança por conta do extremismo político-ideológico, que deve ser severamente coibido”. E arrematou: “O sinal de alerta deve permanecer ligado”. (Com informações da Agência Senado).