A Comissão de Educação, Cultura e Desportos da Assembleia Legislativa da Paraíba realizou ontem à tarde reunião para discutir a utilização de celulares e dispositivos eletrônicos em salas de aula nas escolas da rede pública e privada do Estado.
O evento reuniu representantes dos segmentos da área da Educação, Sindicato dos professores da rede particular e da rede pública, conselho de educação, secretaria de educação e diversas entidades da área, que se uniram para discutir uma proposta de projeto de lei, de autoria da presidente da Comissão de Educação, deputada Cida Ramos, que deve ser apresentada na Casa de Epitácio Pessoa. A proposta objetiva regulamentar o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos pelos alunos nas unidades escolares.
Cida Ramos, que também propôs a realização da reunião, destacou a importância da discussão, frisando que a presença constante dos celulares nas aulas pode prejudicar o aprendizado dos estudantes. “Precisamos criar um ambiente propício à educação, onde os alunos possam se concentrar plenamente no conteúdo abordado. A tecnologia é uma aliada, mas seu uso indiscriminado pode ser um fator de distração”, afirmou.
Segundo a deputada, estudos indicam que mesmo a mera presença do telefone pode reduzir a capacidade cognitiva, resultando em uma menor retenção de informações e notas mais baixas. Durante a reunião, os participantes apresentaram diferentes pontos de vista sobre o tema. Alguns defendem que a proibição total pode ser excessiva, sugerindo que a tecnologia poderia ser utilizada como ferramenta pedagógica quando bem orientada. Outros argumentam que a disciplina no uso dos dispositivos é fundamental para garantir um melhor aproveitamento das aulas.
O professor Felipe Baunilha ressaltou que na Paraíba já existe lei proibindo a utilização de celulares sem fim pedagógico na escola, porém, o fato de existir uma lei proibindo não faz com que os estudantes parem de utilizar o celular. “Então, é muito mais um elemento que a gente precisa debater e regulamentar as formas de utilização da tecnologia para potencializar a aprendizagem, e não uma mera proibição, pois a proibição não resolve as questões sociais cadentes”, destacou. Os membros da Comissão definiram como pauta continuar o diálogo com a sociedade e órgãos educacionais para encontrar soluções equilibradas que atendam às necessidades dos alunos e das instituições de ensino.