O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional anunciou nesta terça-feira, 26, que o governo federal destinou recursos para retomada da Operação Carro-Pipa e assim garantir o abastecimento de água potável a 1,25 milhão de pessoas em seis Estados do Nordeste. O anúncio foi feito um dia após a mídia nacional informar que a ação estava paralisada por falta de verbas para pagar os pipeiros (donos dos carros-pipas).
Em nota, a pasta que coordena a ação afirma que descentralizou nesta terça-feira o valor de R$ 38.096.775,00 para o Exército Brasileiro, para realização dos pagamentos da Operação Carro-Pipa, que leva água potável para municípios localizados na região semiárida do Nordeste.
O Ministério acrescentou que o programa poderá ser retomado imediatamente. Para este ano, o orçamento da operação foi de R$ 696 milhões, e até outubro já haviam sido empenhados R$ 508 milhões, segundo dados do portal Siga, que traz dados da execução do orçamento. Além disso, havia R$ 108 milhões inscritos de restos a pagar.
A paralisação da Operação Carro-Pipa envolvia os Estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia. Sem verba, na sexta-feira o Exército, que executa a ação, informou aos pipeiros que estava suspendendo a operação ontem. Com isso, a operação iria deixar de atender 344 municípios do semiárido de seis Estados da região em emergência por seca ou estiagem, afetando 1,25 milhão de moradores.
Na Paraíba, houve forte reação de lideranças políticas. O senador Efraim Filho, do União Brasil, propôs que houvesse obstrução de votação de matérias de interesse do governo no Congresso até que fosse regularizada a distribuição de água por carro-pipa e considerou inadmissível a suspensão. Já o governador João Azevêdo (PSB) preferiu ir a Brasília, onde se encontrou com autoridades do Ministério da Integração, apelando por providências urgentes para o impasse que afetou toda a região.