O Dia 1º de dezembro é marcado como o Dia Mundial de Luta Contra HIV/Aids. No Brasil há ainda o Dezembro Vermelho, um mês inteiro dedicado à sensibilização e prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. No Complexo de Doenças Infectocontagiosas Dr. Clementino Fraga, referência na rede estadual no diagnóstico e tratamento de HIV/Aids, as ações são intensificadas com um seminário e reforço das testagens.
No dia 5 de dezembro, no auditório do hospital, a partir das 8h30, haverá o seminário “HIV Hoje: Conhecimento, Tratamento e Prevenção para um Futuro sem Estigma”. O evento é destinado aos profissionais da área de saúde de hospitais das redes pública e privada. O objetivo é discutir temas como as diferenças entre PEP (Profilaxia Pós-Exposição) e PrEP (Profilaxia Pré-Exposição); o fluxo desse atendimento no hospital; estigma e discriminação relacionados ao HIV; apresentar dados atualizados e explicar sobre o tratamento antirretroviral.
Durante todo o mês, a testagem rápida para a detecção do HIV será intensificada. Pacientes acompanhados no ambulatório do Clementino Fraga para outras patologias e seus acompanhantes serão convidados a realizarem o teste. Diariamente já há a demanda espontânea para a realização do teste rápido. Toda pessoa que quiser, pode pedir para realizar o teste, bastar estar com um documento pessoal com foto e o cartão SUS. Após uma consulta com psicólogo ou assistente social, realiza o teste, com um resultado que sai em 20 minutos. Caso seja positivo, o usuário já é encaminhado para acompanhamento com o infectologista no próprio hospital. Mensalmente, em média, são realizados dois mil testes rápidos.
De acordo com a infectologista Júlia Chaves, o HIV é um vírus que danifica a imunidade do corpo da pessoa que o contraiu. “Uma vez contraindo, não tem cura, mas tem um tratamento eficaz e que suprime o vírus, sem causar danos, você vai poder ter relação sexual sem preservativo, vai poder ter filhos… lembrando que transmite por relação sexual, por compartilhamento de seringa, por contato com o sangue, por isso não é para compartilhar alicate de unha, barbeador. Tudo que faz sangue pode transmitir”, explicou.
Júlia Chaves esclareceu que ter o HIV não significa que a pessoa está transmitindo a doença ou que está doente. “Quando a pessoa está doente a gente chama de Aids, que é quando o vírus está descontrolado, mas se a pessoa toma a medicação de forma correta, a gente chama de linha não detectável, então não vai transmitir. Só não pode doar sangue, órgãos ou amamentar, de resto, vida normal”.
A infectologista, no entanto, diz que tem uma forma melhor que tomar a medicação, que é se prevenir para não ter o vírus e a melhor delas é usar a camisinha, pois previne não só para o HIV, mas também para outras infecções sexualmente transmissíveis. “O melhor é não se expor, mas se você sabe que pode se expor, procure o Clementino para fazer uso da PrEP, ou se houve a exposição nos procure para fazer uso da PEP. Nossos profissionais podem esclarecer tudo para o usuário fazer a melhor escolha”, explicou.
Hoje, no Clementino Fraga, 7510 pessoas retiram o medicamento antirretroviral para o tratamento de HIV/Aids, sendo que 524 iniciaram o tratamento em 2024.
Dos pacientes do Clementino Fraga, a maior incidência é entre os homens, eles são 73,41%. Pessoas jovens, na faixa etária entre os 20 e os 34 anos, são a maior parte dos pacientes do hospital. Eles contam com uma equipe multiprofissional com 22 especialidades médicas, equipes de enfermagem, nutrição, serviço social, psicologia, fisioterapia, odontologia, fonoaudióloga. O hospital conta ainda com ambulatório, laboratório, centro de diagnóstico por imagem, Hospital Dia, UTI, Enfermarias e Pronto Atendimento.