Na noite de ontem, 5, foi aberto oficialmente em Brasília o seminário nacional “A realidade brasileira e os desafios do Partido dos Trabalhadores”, organizado pela legenda em parceria com a Fundação Perseu Abramo, com o objetivo de refletir sobre a conjuntura atual e traçar estratégias para fortalecer a agremiação diante de um cenário político complexo. Prefeitos, vereadores, parlamentares, dirigentes e militantes marcam presença em debates que se estenderão até esta sexta-feira, 6. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, destacou as diretrizes para os próximos passos do partido, iniciando sua fala com um agradecimento emocionado à militância, apontada como o pilar das conquistas eleitorais de 2022.
“Sem essa militância guerreira, ativa e corajosa, não teríamos subido a rampa do Palácio do Planalto. Foram momentos muito difíceis, onde estávamos quase sozinhos”, afirmou a presidente, recordando os desafios enfrentados pelo petismo durante anos de perseguição política e judicial. Hoffmann enfatizou a importância das mobilizações populares em momentos fundamentais como vigílias, protestos e festivais, além do trabalho realizado nas redes sociais para reconstruir uma rede de apoio nacional e internacional em torno da candidatura de Lula.
A dirigente petista ressaltou que a vitória eleitoral não representa o fim de uma trajetória. “Estamos aqui porque o PT serve a um projeto de transformação, que está cada vez mais em disputa no país. O Brasil continua dividido, não apenas pela histórica desigualdade, mas também entre o campo pular e democrático e a extrema direita, que aprofunda essas desigualdades”, frisou. Para ela, o seminário marca o início de um processo de renovação e atualização do partido, que deve se preparar para os desafios que virão. “A eleição de Lula é um marco, mas também um ponto de partida para um projeto mais amplo, que busca uma sociedade justa, igualitária e solidária”.
Gleisi Hoffmann também falou sobre o processo de eleição interna do partido, previsto para 2025, como um momento de participação ampla da militância e dos simpatizantes, sendo essencial para pavimentar o caminho rumo às eleições de 2026. O presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, destacou o caráter estratégico do seminário. Para ele, o encontro não deve ser visto como um ponto de chegada, mas como uma oportunidade de reflexão e mobilização. “Esse não é um ponto final, mas um momento para transformar ideiasd em projetos que possam ser aprovados no Congresso Nacional, fortalecendo a democracia e a conexão com a sociedade”, adiantou.
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães, do PT-CE, elogiou a militância do partido e destacou a liderança de Gleisi Hoffmann no fortalecimento das bases. “Fortaleza foi um exemplo de superação, onde conseguimos derrotar o bolsonarismo”, celebrou o parlamentar, ao mencionar as vitórias do partido em Estados estratégicos. Guimarães, que é líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, reforçou a importância da unidade partidária para superar os desafios políticos e econômicos do país. “Precisamos de fé e união para seguir na reconstrução do Brasil, sempre ao lado do povo”. O líder do PT no Senado Federal, Beto Faro (PT-BA), enfatizou a necessidade de o PT fortalecer sua atuação no Senado, apontando o papel estratégico da casa legislativa nas eleições de 2026. “Precisamos ampliar nossa bancada no Senado e nos preparar para desafios ainda maiores”, alertou e.e.