Em entrevista publicada, ontem, no jornal O Globo, a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PR), voltou a defender que o partido se mantenha fiel aos seus princípios históricos para não se afastar das bases sociais que o fortalecem ao longo de seus quase 45 anos de existência.
“O PT é um partido de esquerda e assim deve continuar. Isso não impede que converse e faça alianças, como tem feito”, declarou a parlamentar, acrescentando: “Diálogo político com o centro nós tivemos na campanha e ampliamos no governo. Já tentaram matar o PT e não conseguiram. Não podem pedir agora que o PT se suicide, rompendo com a base social que nos trouxe até aqui”. Gleisi citou as eleições de 2022 como exemplo de que o PT é aberto a alianças com outras forças políticas sem, no entanto, abandonar suas bandeiras históricas.
– Conduzi o processo eleitoral de 2022 construindo uma aliança ampla, com 11 partidos. Teremos em 2026 um quadro muito semelhante, até porque o governo já está ampliado com legendas que não apoiaram o Lula em 2022 e agora discutem o apoio para daqui a dois anos. Se elas não vierem por inteiro, pelo menos parte delas, ampliando a frente de 2022” – salientou a dirigente nacional petista. Indagada sobre os rumores de reforma ministerial por parte do presidente Lula, Gleisi respondeu: “Se ele (Lula) achar que tem que mexer no governo e isso é importante para dar resultados ao país e também para o aspecto político, ele tem que fazer”.
Perguntada se, numa reforma ministerial o PT pode abrir espaço para outros partidos, Hoffmann explicou: “Depende muito das conversas que o presidente vai ter conosco. O PT nunca vai faltar ao presidente Lula”. As eleições de 2026 também foram tratadas na entrevista e Gleisi reafirmou que o candidato à reeleição deve ser Lula. “Ele é fundamental para ganharmos as eleições. Não vejo um outro nome com capacidade de disputa na sociedade brasileira”.