Na manhã desta segunda-feira (13), diversas autoridades, incluindo o presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), desembargador João Benedito da Silva, estiveram presentes no velório do desembargador aposentado Júlio Aurélio Moreira Coutinho. Ele faleceu na noite de domingo, aos 89 anos. O velório ocorre no Parque das Acácias, e o sepultamento está marcado para as 16h.
O desembargador João Benedito da Silva destacou a relevância de Júlio Aurélio para a magistratura. “Ele abrilhantou o Tribunal de Justiça e, como presidente, em apenas nove meses, realizou o que geralmente leva anos. Criou o Juizado dos Idosos, levou a Justiça Itinerante para áreas remotas e instituiu o plano de cargos e salários dos servidores. Foi um homem de visão, um farol para as novas gerações”, afirmou.
O desembargador Fred Coutinho, filho de Júlio Aurélio e presidente eleito do TJPB para o biênio 2025/2026, também prestou tributo ao pai. “Meu pai parte, mas ficam os ensinamentos de vida. Ele não foi apenas um magistrado, mas um humanista, um homem que nasceu para servir ao próximo, como mostrou ao atuar junto ao Instituto Padre Zé. O maior título que herdava era ser testamenteiro do Padre Zé. Vai-se o homem, mas permanece a lição desse cidadão simples e humano. Como ele gostava de dizer: um servo do Senhor”.
O promotor de Justiça Amadeus Lopes ressaltou o legado do desembargador no Ministério Público e no Judiciário. “O Dr. Júlio era a essência de dignidade e justiça. Ele trouxe um sentimento puro de cidadania e deixou um legado eterno. Para mim, há uma gratidão pessoal: ele foi a primeira pessoa a visitar minha filha na maternidade, um gesto que simboliza a paz e o carinho que ele transmitia”.
Já o desembargador aposentado Leôncio Teixeira Câmara lembrou a importância histórica de Júlio Aurélio. “Foi ele quem assinou o ato que me fez desembargador. Por onde passou, marcou sua presença com realizações. O Poder Judiciário nunca se esquecerá de Júlio Aurélio”, pontuou.
Perfil – Natural de João Pessoa, Júlio Aurélio nasceu em 4 de novembro de 1935, filho de Pedro da Silva Coutinho e Carmen Moreira Coutinho. Formado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba em 1959, iniciou sua carreira como promotor de Justiça no Rio Grande do Norte. Posteriormente, consolidou-se como referência na magistratura paraibana.
Foi presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba entre fevereiro e novembro de 2005, quando se aposentou, e também presidiu o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba. Foi casado com Elisabeth da Nóbrega Coutinho, com quem teve três filhos: Eduardo Rubens Nóbrega Coutinho e Francisco Seráphico da Nóbrega Coutinho, juízes, e Frederico Martinho da Nóbrega Coutinho, atual desembargador.